A Democracia na Cidade dos Ignorantes
No dia 06/10/2024, as eleições municipais definiram o futuro de nossa cidade por mais quatro anos. Para muitos, porém, o resultado não foi motivo de comemoração, e sim de preocupação.
A vitória do atual prefeito Eduardo Braide, envolvido em diversos escândalos e polêmicas, levanta uma questão crucial: por que a memória do nosso povo falha em momentos tão decisivos?
A palavra democracia vem do grego antigo Demos = Povo e Kratos/Kracia = Poder/ Autoridade, em sua essência, é a expressão da vontade popular. No entanto, quando olhamos para a nossa cidade, parece que essa vontade está baseada em uma amnésia coletiva, que nos impede de aprender com nossos próprios erros, isso não significa que a democracia esteja falhando, mas que, sem um voto consciente, ela se torna um ciclo de promessas vazias e desilusões repetidas.
É impossível não mencionar o caso do carro encontrado com um milhão de reais no porta-malas, esse incidente deveria ter sido suficiente para gerar um movimento de indignação e questionamento, mas foi rapidamente esquecido ou ignorado. (Braide teve o nome envolvido no caso, pois, no dia em que o carro foi encontrado, o até então funcionário da prefeitura, Carlos Augusto Diniz da Costa, apareceu dizendo ser dono do veículo. Além disso, o motorista, que aparece deixando o Clio abandonado é Guilherme Ferreira Teixeira, que é ex-assessor do deputado estadual Fernando Braide (PSC), irmão do prefeito), fora o caso Juju e Cacaia (No dia 18 de abril, o prefeito Eduardo Braide assinou o decreto que suplementou o orçamento da secretaria municipal de Cultura no exato valor de R$ 1.920.173,54 para pagar o valor excedente a Juju e Cacaia).
Como uma escola comunitária de um bairro estaria preparada para receber milhões e fazer o Carnaval de uma capital?
A falta de reação reflete uma indiferença que coloca em risco o nosso futuro coletivo e parece reforçar a ideia de que a corrupção é inevitável.
Não se trata de apenas aceitar o resultado das urnas, mas de refletir sobre o que levou a nossa cidade a essa escolha. O voto é a maior ferramenta de mudança que temos, e cada eleitor deve usá-lo com a responsabilidade de analisar não só as palavras dos candidatos, mas também suas ações, só assim podemos quebrar o ciclo de escolhas mal feitas e buscar verdadeiras mudanças para a nossa comunidade.
É importante deixar claro: eu respeito a democracia e a decisão da maioria, mesmo discordando do resultado.
Respeitar não significa aceitar passivamente; significa continuar buscando melhorias, questionando e lutando por uma cidade melhor para todos.
Talvez tenhamos falhado nesta escolha, mas a "beleza da democracia" está nas novas oportunidades que surgem. Precisamos aprender com nossos erros e, acima de tudo, não nos esquecer dos fatos e das consequências. Que a cidade dos ignorantes possa, um dia, se lembrar do que é melhor para si.
Essa gestão também é apenas um exemplo de como promessas políticas se transformam em desilusões, prejudicando quem acreditou e se dedicou.
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