A visão idealizada de Che Guevara: o que a escola não conta
Será que a história que aprendemos na escola sobre figuras como Che Guevara é completa? Em muitas salas de aula, ele é retratado como um herói revolucionário, um símbolo de luta contra a opressão. No entanto, essa narrativa ignora o lado sombrio de sua atuação: execuções sumárias, repressão política e a instauração de um regime autoritário.
Ditaduras não têm lado ideológico
É comum associar o termo "ditadura" exclusivamente a regimes militares de direita, mas essa é uma visão simplista. Ditaduras existem onde a liberdade é suprimida, independentemente da ideologia que as sustenta. A história mostra exemplos brutais de regimes totalitários tanto de direita quanto de esquerda.
A Coreia do Norte, sob o comando de Kim Jong-un, é uma ditadura comunista que reprime seus cidadãos, viola direitos humanos e concentra poder e recursos para fins militares. Relatórios da ONU denunciam crimes contra a humanidade, como campos de prisioneiros e execuções públicas.
O custo humano do comunismo na história
Outras figuras históricas frequentemente romantizadas ou ignoradas nos livros didáticos são Josef Stalin e Mao Tsé-Tung.
Stalin, na União Soviética, foi responsável pela morte de milhões de pessoas em expurgos, fomes forçadas e nos famigerados gulags (campos de trabalho forçado). Seu regime de terror causou um dos maiores genocídios do século XX.
Mao Tsé-Tung, na China, liderou o programa econômico "Grande Salto Adiante", que resultou na morte de mais de 45 milhões de chineses por fome. Suas políticas desastrosas causaram a maior tragédia humanitária da história.
Che Guevara: herói ou carrasco?
A figura de Che Guevara, imortalizada em camisetas, é a que mais confronta a narrativa idealizada. Ele foi, sem dúvida, um líder da Revolução Cubana, mas seu papel na instauração do regime de Fidel Castro foi brutal.
Che foi responsável por perseguições, torturas e centenas de execuções. No presídio de La Cabaña, em Havana, ele atuou como comandante, supervisionando julgamentos sumários e a morte de opositores, incluindo jovens e até crianças, como relatos de sobreviventes documentam. Seu próprio diário, acessado pelo jornalista Jon Lee Anderson, descreve com frieza a execução de um camponês acusado de traição.
A ditadura continua em Cuba
Mesmo hoje, Cuba é um país onde a repressão política é uma realidade. Relatórios de organizações como a Human Rights Watch mostram que o regime continua a prender opositores, censurar a imprensa e impedir liberdades básicas.
Enquanto a história da ditadura militar brasileira é amplamente debatida, com o trabalho de grupos como a Tortura Nunca Mais catalogando as violações, a mesma crítica não é aplicada a regimes comunistas. Essa abordagem seletiva reflete, muitas vezes, mais a ideologia de quem ensina do que uma busca por uma narrativa histórica completa e equilibrada.
A história precisa ser contada de forma integral. Ditadura é ditadura, ponto final. E se queremos formar cidadãos com pensamento crítico, é essencial que a escola apresente os fatos, incluindo os mais incômodos, para que cada um possa tirar suas próprias conclusões.
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